O vestido branco, o buquê, o véu… você já parou para pensar no motivo por trás de todas essas tradições no casamento? É possível que não, afinal, planejar a cerimônia já demanda tempo suficiente.
Para te ajudar a pensar nos motivos por trás de cada uma dessas tradições (e, quem sabe, repensar algumas delas, para tornar o seu casamento ainda mais especial) e também para se divertir com curiosidades para lá de inesperadas, reunimos um pouco da história dessas tradições.
Vestido de noiva
Engana-se quem pensa que o vestido de noiva sempre foi branco. A pessoa responsável por popularizar essa cor para as noivas foi a Rainha Vitória, que usou um vestido de seda. A escolha do branco, de acordo com a biógrafa da monarca, foi para destacar a delicadeza da renda que ornava o vestido assim como os apliques de flor de laranjeira, símbolo de fertilidade. Até a data do casamento dela, em 1840, as mulheres apenas usavam seus melhores vestidos. O uso do branco estava mais restrito às famílias mais abastadas, que podiam arcar com os custos da limpeza do tecido após a festa.
Para se destacar na festa, a Rainha Vitória pediu que nenhuma convidada usasse a mesma cor e a escolha foi notícia nos jornais da época. Uma curiosidade: ao longo da vida, ela reutilizou partes do vestido de noiva várias vezes, reaproveitando o babado de renda e o véu para o batizado de seus filhos, para o retrato do jubileu de diamante e no casamento do filho Leopold.
A tradição difundiu-se no ocidente, mas não em todo o mundo. Até hoje, a tradição ocidental se distingue coloridos vestidos indianos ou do vermelho usado pelas noivas japonesas, por exemplo.
Madrinhas
No Brasil, a moda das madrinhas vestidas todas iguais nunca pegou realmente, mas a tradição, ainda muito presente nos Estados Unidos, por exemplo, remete à tempos longínquos. Desde o período romano, as madrinhas usavam roupas idênticas à da noiva (imagina isso hoje em dia!) para espantar maus espíritos. Explico: acreditava-se que espíritos ruins podiam participar do casamento e tentar amaldiçoar os noivos. Para confundi-los e garantir sorte ao casamento, as madrinhas vestiam-se como a noiva (sim, todas de branco).
Proteção
O véu surgiu por uma “necessidade” semelhante. Essa tradição remonta à sociedade greco-romana, quando acreditava-se que o véu garantia a segurança da noiva contra espíritos ruins e invejosos.
Também para proteger a noiva dos “espíritos ruins”, ela é carregada no colo ao chegar em casa.
Na Grécia Antiga, o buquê usados pelas noivas era de ervas. Ao contrário das flores de hoje em dia, que apenas complementam o look, na sua origem, o buquê também tinha a função de proteger as noivas dos “espíritos ruins”.
Someting blue
Menos comum, porém conhecida no Brasil, é a tradição do “algo antigo, algo novo, algo emprestado e algo azul” usado pela noiva no dia do casamento. A rima inglesa “something old, something new, something borrowed, something blue” remete, desde tempos vitorianos, à continuidade (algo antigo), ao otimismo pro futuro (algo novo), à felicidade emprestada (algo emprestado) e à pureza, amor e fidelidade (algo azul).
Enlace?
E por que chamamos o casamento de enlace? Em muitas culturas (céltica, hindu, egípcia), a união do casal é demonstrada até hoje de forma literal durante a cerimônia do casamento, quando as mãos dos noivos são “amarradas” juntas.
Anel e propriedade
Ao casar (e até mesmo durante o noivado), usamos o anel no quarto dedo. Mas por que nesse e não em outro? Antigamente, acreditava-se que a veia desse dedo levava diretamente ao coração.
O anel também tem um simbolismo nada contemporâneo, o de posse. Inicialmente, apenas as mulheres usavam o anel, que, poderia, inclusive, ser uma parte do pagamento feito pelo noivo por ela. Outra tradição que permanece até os dias de hoje e que tem origem nessa visão da noiva como propriedade transferível é a mulher ser entregue pelo pai ao noivo. Na época, os casamentos eram usados para solucionar disputas de poder ou quitar débitos entre tribos vizinhas. A tradição não tem a mesma conotação hoje em dia, mas algumas noivas já optam por ser levadas por ambos os pais, amigos ou entrar sozinha.
Lua de mel
E por que partir em lua de mel? Na tradição nórdica, os casais se escondiam após a cerimônia de casamento e um membro da família levava copos (de vinho) de mel por 30 dias (ou o equivalente à uma lua). Daí surgiu o termo “lua de mel”.